Olá,
Sou o Maestro Jorge Ramos, e estou aqui para pensar um pouco sobre música com vocês. No Brasil, temos uma verdadeira miscelânea étnico-cultural, e com a música não poderia ser diferente, pois cada povo que veio acrescentar culturalmente este país, trouxe a sua carga musical na bagagem. No entanto,temos hoje a predominância de duas raízes culturais em nossa música: a africana e a européia .
A européia, traduzida na área harmônica e melódica, e a africana, traduzida na área rítmica e melódica. Existe um apelo maior na raiz africana, pois a transcedentalidade nos leva a isto. Quando falo em ritmo, falo nas batidas e pulsações que se assemelham e entram em sintonia direta ao batimento cardíaco, não deixando assim ninguém ficar parado.
Não falo só de ritmos como o samba ou o frevo, mas, falo de todas as variações oriundas da África, que por sinal tem em seus ritmos uma riqueza extraordinária.
Em muitos casos cada variação rítmica correspondia a uma tradição de cada tribo, e assim como o código Morse uma forma não só de expressão, mas, sobre tudo de comunicação entre as tribos.
A melodia feita em tom menor ou maior, expressava o estado de sentimento daquela tribo, pois em um funeral, entoava-se uma sequência rítmico-melódica, e em uma festa de coroação fazia-se outra sequência diferente da primeira, pois o sentido era a alegria. Assim percebemos que a música está diretamente ligada a duas questões: o sentimento e a comunicação.
Desde os primórdios dos tempos até hoje, usamos a música para estes dois sentidos. Façamos um teste: quando você envia uma música romântica para a sua namorada, o que você busca? Até a próxima!
Rio, 19/01/2013
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Jorge Ramos