S. Paulo – O documentário longa-metragem “Raça”, do cineasta Joel Zito Araújo e da documentarista norte-americana Megan Mylan, ganhadora do Oscar, chega às telas brasileiras em maio. A pré-estréia paulista acontece no dia 13, apenas para convidados. O filme estreia em circuito nacional no dia 17, em S. Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Em parceria inédita, os diretores doarão renda obtida pela bilheteria ao Fundo Baobá, entidade voltada à promoção da equidade racial da população negra brasileira e ao apoio a projetos nessa área. “Juntos trabalharemos para que o filme promova uma reflexão nacional sobre a desigualdade racial e a identidade racial do país” – afirma Joel Zito Araújo.
O filme é resultado da amizade entre Joel Zito Araújo e Megan Mylan iniciada na década de 1990. Mas, foi em 2004 que surgiu a ideia de dirigirem um filme juntos. Assim surgiu a co-produção “Raça”, entre Brasil e Estados Unidos, filmada de 2005 e 2011.
A obra capta o debate sobre a busca da superação da desigualdade racial no Brasil com cenas inéditas dos bastidores do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal no início deste século.
Para registrar esse momento histórico em que o debate racial se tornou constante na mídia e no discurso público, os diretores acompanharam de perto três personalidades negras que estavam – cada uma à sua maneira – na linha de frente dessa batalha pela igualdade. Entre elas, está o senador Paulo Paim – com seu esforço para sancionar a Lei do “Estatuto da Igualdade Racial” no Congresso Nacional, em Brasília. Paim é autor do projeto original que demorou quase uma década para ser aprovado.
O documentário também apresenta a luta de Miúda dos Santos – neta de africanos escravizados e ativista quilombola – pela posse das terras e pelo respeito às suas tradições ancestrais da Comunidade Quilombola de Linharinho, no Espírito Santo. Junto com os moradores da região, Miúda briga contra um gigante do ramo da celulose, a empresa Aracruz.
“Raça” mostra ainda os bastidores da trajetória do cantor, apresentador e empresário Netinho de Paula durante todo o processo de criação e tentativa de consolidar seu canal TV da Gente. Fundado em 2005, no interior de São Paulo, o canal formado majoritariamente por profissionais negros foi idealizado pelo artista.
O filme teve sua primeira exibição como Hors Concours na Mostra Première Brasil, durante o Festival de Cinema do Rio de Janeiro, em outubro de 2012.
Quem são os diretores
Megan Mylan – Documentarista norte-americana baseada em Nova York (EUA), Megan já recebeu prêmios como o Academy Award, Independent Spirit e o Guggenheim. Produziu e dirigiu o filme “Smile Pinki” ganhador do Oscar de 2008. Seu filme premiado “Lost Boys of Sudan” foi exibido em cinemas em 70 cidades americanas e selecionado com o melhor da crítica do New York Times. Seus filmes têm sido exibidos mundialmente na televisão, incluindo nos canais HBO, PBS, BBC, Arte, NHK e HBO Latin America. A cineasta é inovadora pelo impacto social dos seus filmes. Seus documentários têm girado milhões de dólares e mobilizado milhares de voluntários para causas sociais. Antes de trabalhar com cinema, Megan trabalhou no Brasil e nos Estados Unidos com a Ashoka, uma organização filantrópica internacional. Graduada pela Universidade Georgetown, Megan obteve o título de mestre em Jornalismo e Estudos Latino-Americanos pela Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), onde também foi professora-visitante na faculdade de pós graduação em jornalismo.
Joel Zito Araújo – Premiado cineasta brasileiro, há vinte anos produz documentários e filmes de ficção sobre temas sociais relevantes para o país, especialmente aqueles ligados à população afro-brasileira. Seu primeiro longa-metragem “A Negação do Brasil”, sobre a história do negro nas telenovelas brasileiras, ganhou o prêmio de melhor documentário no festival É Tudo Verdade, além de ter sido também premiado no Festival de Recife em 2001. O longa-metragem de ficção “Filhas do Vento” reuniu o maior elenco negro da história do cinema brasileiro e ganhou oito kikitos no Festival de Gramado, além de ter sido o filme vencedor do Festival de Tiradentes, em 2006. O longa-metragem de documentário “Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado”, sobre o turismo sexual no país, foi exibido no Brasil e no exterior. Joel, que tem dois livros publicados, escreve extensamente sobre a mídia e a questão racial no país. Joel é PhD em Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e foi professor-visitante na Universidade do Texas, em Austin (EUA), onde fez seu pós-doutorado.
AGENDA – PRÉ-ESTREIAS E ESTREIAS
Pré-estreias – apenas para convidados(as):
13 de maio – São Paulo
15 de maio – Brasília
20 de maio – Porto Alegre
22 de maio – Salvador
Estreias nas salas do Grupo ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA:
17 de maio de 2013
Rio de Janeiro
São Paulo
Brasília
24 de maio de 2013
Porto Alegre
Curitiba
Florianópolis
Novo Hamburgo
Em datas posteriores:
Salvador
Vitoria
Recife
Belo Horizonte
Da Redação, com informações de Marina Castellan